Varizes novos insights para um velho problema Parte 6

Varizes: novos insights para um velho problema! Parte 6 – Diagnóstico

Varizes: Estamos de volta para o próximo artigo da nossa série “Varizes: novos insights para um velho problema”. Já temos 5 artigos anteriormente publicados.
Mas, se você acaba de chegar ao nosso site, poderá conferir os artigos anteriores da série, nos links abaixo:
Varizes: novos insights para um velho problema! Parte 1 – Introdução
https://www.claudiasathler.com/varizes-novos-insights-para-um-velho-problema-parte-2-causas/
https://www.claudiasathler.com/varizes-novos-insights-para-um-velho-problema-parte-3-consequencias/
Varizes: novos insights para um velho problema! Parte 4 – Reabilitação Venosa
https://www.claudiasathler.com/varizes-novos-insights-para-um-velho-problema-parte-5-tratamento/
Acima de tudo, queremos que você entenda melhor o problema, tornando-se mais capaz de combater essa doença incurável, mas passível de controle adequado.
Neste post, trataremos dos principais métodos utilizados no diagnóstico das Varizes.

Varizes: Diagnóstico Clínico

Primeiramente, toda consulta médica é introduzida por uma entrevista, na qual o paciente expõe o seu problema e o médico faz perguntas relacionadas à queixa.

Anamnese e Quadro Clínico

Nesta etapa do diagnóstico, questionaremos sobre a queixa principal, ou seja, a motivação mais imediata da consulta.
As queixas mais comuns são: dor, inchaço, cansaço, queimação e a própria presença do vasos anormais.
Além disso, questionaremos sobre a duração dos sintomas e tentaremos descartar outras doenças causadoras de sintomas semelhantes.
Finalmente, outras informações sobre a saúde geral, medicamentos de rotina, cirurgias anteriores são acrescentadas e estamos prontos para o exame físico.

Exame Físico

Após a entrevista inicial, passamos ao exame físico para inspecionar a rede venosa nos membros inferiores e discriminar a presença de vasinhos, varizes, inchaço ou outros sinais na pele.
De acordo com citações anteriores, a denominação dos vasos está de acordo com o diâmetro: telangiectasias (até 1 mm), veias reticulares (1-3 mm) e varizes (maior que 3 mm).
Também podemos encontrar alterações na pele, em decorrência da doença venosa, tais como: manchas marrons, escurecimento de uma área, eczema e mesmo, úlceras.
Dessa forma, classificamos o grau da doença venosa de acordo com uma padronização internacional.
Para saber mais sobre a classificação da doença venosa, clique no link:
Classificação CEAP
Feito isso, utilizamos alguns equipamentos para um diagnóstico mais acurado, descritos a seguir.

Varizes: Métodos Diagnósticos

Efeito Doppler: uma descoberta genial!

Referentemente ao nome, foi no século 19 que Christian Johann Doppler descreveu o efeito que levou seu nome.
Ele levou em consideração a variação da frequência em resposta a uma onda sonora,  de acordo com a aproximação ou o distanciamento da fonte.
Consequentemente, a partir desse princípio, conseguimos estudar o fluxo de sangue dentro dos vasos, em movimento! Antes disso, o ultrassom só “via” órgãos fixos.
Sendo assim, tornou-se possível analisar tanto o fluxo (normal) como o refluxo (anormal) dentro do coração e dos vasos sanguíneos arteriais e venosos.
Refluxo: você se lembra desse conceito?
Sempre que o fluxo de sangue nas veias se der em direção contrária àquela que seria fisiológica, normal, teremos um tipo de refluxo.
Certamente, teremos um atraso no fluxo, um tipo de congestão, certo?
Esse raciocínio pode nos ajudar a entender a perturbação e consequente aumento da pressão dentro do sistema venoso, em decorrência do refluxo.
No diagnóstico das doenças circulatórias, podemos utilizar o Doppler de ondas contínuas e/ou o Doppler de ondas pulsadas associada ao ultrassom.
O Doppler de ondas contínuas informa somente sobre o fluxo, sem mostrar a imagem do vaso.
Já o EcoDoppler/Duplex Scan, Doppler de ondas pulsadas associada ao ultrassom, mostra a imagem e o fluxo dentro do vaso.

Doppler de Ondas Contínuas

Geralmente, pode ser usado na obstetrícia, para ouvir os batimentos do coração do feto e também para ouvir a circulação nas artérias e veias periféricas.
As características do som do fluxo podem ser normais ou anormais. Podemos ainda, obter um traçado desse fluxo.
Uma limitação desse método é ser “cego”.
Em outras palavras, temos uma probabilidade de que vaso a ser estudado é aquele que queremos, de acordo com sua posição anatômica, mas não a certeza.

EcoDoppler ou Duplex Scan

Necessariamente, para termos a certeza do vaso a ser estudado teríamos de “vê-lo”, limitação que havia no Doppler contínuo.
Certamente, esse problema foi solucionado pelo ultrassom associado ao Doppler, EcoDoppler ou Duplex Scan.
Obviamente, o entendimento das doenças venosas aumentou muito com o advento do EcoDoppler ou Duplex Scan, no final do século XX.
Além do diagnóstico do refluxo, tornou-se possível detectar trombos nas veias, com localização precisa.
Sendo assim, o EcoDoppler ou Duplex Scan tornou-se o método preferencial de estudo das doenças venosas em todo o mundo!

Pletismografia

A Pletismografia, palavra derivada do grego (volume/massa), utiliza parâmetros para medir o volume sanguíneo no membro.
Considerando os elementos constantes, músculos e ossos, podemos estimar o volume do sangue que entra, sai e permanece residual a cada ciclo de esvaziamento ou bombeamento.
De igual forma, podemos estimar a capacidade de propulsão da bomba muscular da panturrilha a cada movimento

Outros métodos de imagem

Finalmente, podemos lançar mão da tomografia computadorizada e da ressonância magnética para casos mais específicos.
Também a angiografia, exame em que se injeta contraste no interior das veias para visão radiográfica poderia ser utilizada.
Entretanto, por serem invasivos, esses exames são indicados com parcimônia e, muitas vezes, para guiar o tratamento e não para um primeiro diagnóstico.

RESUMO

Finalizando, o exame clínico e os métodos supracitados fazem parte do arsenal médico para o diagnóstico das varizes.
Se você tem Varizes, não deixe de marcar sua consulta com o Angiologista.
Entre no site da Sociedade Brasileira de angiologia e Cirurgia Vascular e saiba mais sobre a nossa especialidade e sobre a segurança que somente o médico especialista pode oferecer:
http://www.sbacv.com.br/artigos/medicos/origem-e-importancia-da-angiologia
http://www.sbacv.com.br/imprensa/releases/campanha-alerta-para-riscos-de-tratar-varizes-e-vasinhos-nas-pernas-inadequadamente
Se você gostou desse conteúdo, volte ao início e avalie com 5 estrelinhas! Curta e compartilhe!
Queremos também que deixe o seu comentário e sugestão de qual assunto você gostaria que abordássemos aqui. Abraço!

 

2 respostas

  1. Se todo angiologista, fizesse este questionamento ao paciente, e não indicasse cirurgia sem sintomas, hoje estaria com saúde. Isto que a Sra escreveu é muito importante, mas fui em seis angiologista e nem um perguntou sintomas. Antes tivesse pesquisado e conhecido a Sra. Olharam so exame e não o paciente, pena que nem todo profissional procede como a Sra. Escreveu.

    1. Prezada Keila, agradeço muito o seu comentário, pois me ajudará a melhorar, cada vez mais! Eu ficaria muito feliz de poder responder os seus questionamentos, por isso, mande sugestões de temas que você gostaria de entender melhor e eu tentarei inserir informações nos próximos textos. Você também pode entrar no Facebook (@draclaudiasathler) ou no Instagram (draclaudia sathler) e deixar seus comentários. Grande abraço e até a próxima! Cláudia Sathler

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *